31.10.13

Um pesto e uma receita

Este blog anda muito doce nos últimos tempos! Dá a sensação que só faço e experimento bolos e coisinhas doces, o que está longe de ser verdade, embora perto dos meus sonhos nada secretos! Portanto, hoje é dia de uma refeição que eu gosto muito e que usa um ingrediente que adoro e que já experimentei com diferentes variações, Pesto! 

A maluquinha por frutos secos, teria que adorar pesto, não é verdade?! 

Já experimentei o pesto tradicional de manjericão e pinhões, de espinafres com amêndoas, de pimento vermelho com sementes de abóbora e o que trago hoje, de couve e amendoins. Adorei todos, sem excepção! Uma simples massa cozida com uma colher de pesto, transforma-se num prato bem especial e que fica na memória.

Este pesto além de simples, usa ingredientes mais económicos e fáceis de arranjar em qualquer altura do ano, e se assim o quiserem, podem sempre trocar o amendoim por outro fruto seco que vos agrade mais, como nozes, amêndoas, cajus. Esta versão veio do fabuloso blog no soup for you, cuja autora gosta tanto de pestos como eu, e também marca presença no seu excelente livro Velocidade Colher, na variedade couve e nozes.


Pesto de Couve e amendoins
adaptado daqui

50g de queijo parmesão
40g de amendoins
100g de couve cozida
2 dentes de alho
80g de azeite
sal e pimenta q.b.

Bimby:
Pesar o azeite na bimby e reservar.
Colocar o queijo no copo, pulsar 3 vezes o turbo e depois 10seg + vel 9.
Adicionar os amendois, a couve, os dentes de alho e os temperos: 5seg + vel 9. 
Baixar os resíduos com a espátula e repetir até obter uma pasta homogénea.
Ligar a vel 5 e com o copinho colocado, ir deitando o azeite em fio na tampa.
Rectificar os temperos, se necessário.
Conservar num frasco fechado no frigorífico. 
Sempre que usar, regar com um pouco de azeite, para conservar melhor.

Tradicional:
Triturar o queijo numa picadora ou com um ralador.
Juntar os amendoins, a couve, os dentes de alho e os temperos, e triturar tudo numa picadora ou com a varinha mágica até ficar tudo homogéneo.
Adicionar o azeite e triturar mais um pouco.
Rectificar os temperos, se necessário.
Conservar num frasco fechado no frigorífico. 
Sempre que usar, regar com um pouco de azeite, para conservar melhor.


Este pesto fica especialmente bem em peixes (um dos próximos posts, será este pesto numa receita de peixe) e em pratos vegetarianos como a receita de hoje. A primeira vez que fiz este pesto foi para fazer esta receita, uns embrulhos de couve com soja e couscous. Quando provei o recheio, tive que me concentrar em parar de comer ou acabava sem recheio para fazer os embrulhos, mas a partir de então, simplifiquei e com algumas alterações o recheio, tornou-se o prato principal, Soja com Couscous Perle.



Soja com Couscous Perle
adaptado daqui


1 cebola

2 dentes de alho
1 cenoura
azeite
100g de couve
1 caldo de legumes
2/3 chávena de soja granulada 
1/2 chávena de couscous perle
50 ml de vinho tinto (um bom vinho é muito importante para ter um bom sabor!)
1 colher de sopa de pesto de couve
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
sal e pimenta

Lavar as folhas de couve, cortar os talos mais grossos e deixá-la em água a ferver durante uns minutos.
Hidratar a soja em água a ferver temperada com o caldo de legumes.
Cozer os couscous perle de acordo com as instruções da embalagem, ou seja, cozer durante uns 7 minutos em água a ferver temperada com sal.

Bimby:
Colocar a cebola, os alhos, a cenoura e os 100g de couve no copo: 5seg +vel 5.
Juntar o azeite: 5 min + 100ºC + vel 1.
Acrescentar a soja escorrida e espremida, o vinho, o pesto e temperar com sal e pimenta: 8 min + 100ºC + colher inversa, sem o copinho na tampa.
Escorra o couscous perle, e deite-o no copo, juntamente com o queijo: 2 min + 100ºC + colher inversa.
Retirar e servir.

Tradicional:
Refogar em azeite, a cebola, os alhos, a cenoura picada, juntamente com 100g de couve migada grosseiramente, durante uns minutos.
Acrescentar a soja escorrida e espremida, o vinho, o pesto e temperar com sal e pimenta.
Cozinhar durante 10 minutos em lume médio, mexendo de vez em quando, até o líquido evaporar.
Adicionar o couscous perle escorrido e o queijo e deixe cozinhar mais uns 2 minutos, envolvendo tudo muito bem com uma colher.
Retirar e servir.



E mesmo no final do mês, consigo com esta receita participar no desafio "A Escolha do Ingrediente", criado pelo blog Tertúlia da Susy, cujo anfitrião é em Outubro o blog Limited Edition, com o ingrediente, a soja.

23.10.13

A receita certa para apreciar kiwis

O kiwi, quivi ou quiuí (não sabia que havia tantas maneiras de designar este fruto até hoje, graças à wikipédia!), é um fruto que não me atraí muito ou mesmo nada! Se ele estiver misturado numa salada de frutas, aí sim, acho-o moderadamente agradável, agora sozinho, como peça de fruta, simplesmente não o consigo comer! 

Ora sendo eu uma gulosa incorrigível, achei que em bolos eu iria adorar a adição do kiwi, e que seria, como se costuma dizer, o início de uma bela amizade. No dia em que fiz o meu primeiro bolo com kiwis, baseada numa receita do livro "Leopoldina e a aventura do sabor", não consegui comer nem sequer uma fatia inteira, já a minha mãe adorou-o, e praticamente comeu-o todo sozinha, pelo que cheguei a uma conclusão, a minha inexistente amizade com o kiwi, ia continuar inexistente. Não ia desperdiçar o meu tempo com mais nenhuma experiência culinária que o envolvesse!

A minha resolução foi por água abaixo, no momento em que a minha mãe ficou com kiwis para dar e vender, o que levou à insistência que eu tinha de utilizar alguns numa sobremesa. Cedi, e lá fui pesquisar na internet a nova hipótese que ia dar ao kiwi. Assim que encontrei este bolo, no delicioso lume brando, fiquei decidida, e ainda bem que assim foi. Adorei este bolo, melhor, adoramos todos, e notou-se na rapidez em que ele desapareceu. 



Bolo upside-down de kiwi com pepitas de chocolate
do site lume brando

170g de açúcar amarelo 
90g de manteiga amolecida
3 ovos
sumo de 2 tangerinas pequenas
180g de farinha com fermento
80g de pepitas de chocolate 
kiwis q.b.
2 colheres de açúcar amarelo para polvilhar

Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Untar uma forma redonda de 22 ou 23 cm de diâmetro. Forrar o fundo com papel vegetal, e untá-lo também.
Descascar e fatiar kiwis suficientes para preencher o fundo da forma com eles.
Preencher os espaços entre as rodelas com pequenos pedaços de kiwi, de modo que o fundo fique totalmente preenchido.
Polvilhar os kiwis com as 2 colheres de açúcar amarelo.
Numa taça, bater o açúcar com a manteiga.
Adicionar o sumo das tangerinas e bater mais um pouco.
Juntar os ovos, um a um.
Envolver a farinha, suavemente.
Adicionar as pepitas e envolver até ficar homogéneo.
Verter a massa para a forma preparada e levar ao forno cerca de 40 a 45 minutos ou até ao espetar um palito no centro do bolo, este sair seco.
Deixar arrefecer uns 10 minutos, antes de desenformar com cuidado.
Retirar o papel vegetal.



Agora sim, pode-se dizer que eu e os kiwis, já somos amigos!

16.10.13

Canela, please!

Juro que não compreendo quando alguém diz que não gosta de canela, como não gostar!?! Só o cheiro maravilhoso, já me conquista, quanto ao seu sabor, oohh! tudo fica melhor quando se junta esta especiaria deliciosa! 
Por acaso ou karma, não sei bem o que andei a fazer noutras vidas, o meu filho mais velho é uma dessas pessoas que dizem, canela, blerrgh! Acho que definitivamente houve alguma alteração nos genes dele para ele ter esse defeitozinho, porque tirando essa pequena falha, realmente tenho muita sorte em ter um filho como ele, maravilhoso, fantástico e todos os adjectivos positivos que existem no dicionário! OK, pelos vistos, não consigo criticar um filho, sem logo a seguir estar a dizer maravilhas dele! Filhote, a mamã adora-te!
Voltemos à canela, como podem depreender deste discurso todo, eu ADORO CANELA! Portanto, não é de estranhar, que sempre que vejo um livro de receitas, principalmente de bolos, os que têm canela, me ponham a salivar, pois não? Foi, o que aconteceu com este bolo, e a culpa foi da cobertura deliciosamente polvilhada pela maravilhosa canela, credo...até andei a sonhar com ele, o que só foi mau, no instante em que acordei e percebi que não tinha uma fatia à minha espera para o pequeno almoço! Não, não fui logo a correr fazê-lo...esperei pelo fim de semana, porque com um bolo assim para o grande, é melhor dividir o mal pelas aldeias, e não ficar só para mim, para mim, para mim e para o meu querido marido! 



Bolo de canela com creme de ovos
adaptado do livro "Bolos - Receitas Simples&Rápidas"

100g de manteiga
400g de açúcar mascavado (diminuí para 280g)
raspa de 1/2 limão
1 e 1/2 colher de chá de canela em pó
400g de farinha
2 colheres de chá de fermento em pó
4 dl de leite
4 claras

Creme de Ovos
3,5 dl de leite
100g de açúcar em pó
1 colher de sobremesa de maisena
4 gemas
2 paus de canela

Untar e forrar com papel vegetal, também untado, uma forma redonda de 25 cm.
Ligar o forno a 180ºC.
Envolver a farinha com o fermento, e reservar.
Bater a manteiga com o açúca, pelo menos 4 minutos.
Juntar a raspa e a canela, e bater até misturar.
Acrescentar, alternadamente, a mistura da farinha e o leite, começando e acabando com a mistura da farinha.
Bater as claras em castelo e envolvê-las suavemente na massa.
Verter a mistura para a forma e cozer, a meio do forno, durante 1 hora e 15 minutos, ou até que ao espetar um palito, este sai seco.
Retirar, deixar arrefecer pelo menos 10 minutos, antes de desenformar.
Colocar o bolo desenformado no prato de servir, cobrir com o creme de ovos e polvilhar com canela.

Para o Creme de Ovos:
Num recipiente apropriado para cozinhar em banho-maria*, bater os primeiros 4 ingredientes e juntar os paus de canela.
Levar ao lume, em banho-maria, sem deixar de mexer com uma colher, até a mistura engrossar.
Retirar e mergulhar o recipiente em água fria, para arrefecer.
Retirar os paus de canela e usar.

*Banho-maria: Consiste em colocar a mistura num recipiente (pode ser uma tigela em vidro ou inox, ou uma panela pequena), que depois é colocado sobre uma panela ou frigideira funda com água fervente, onde será cozinhada em lume baixo.


O bolo fica grande e fofinho e o creme é delicioso, transforma um bolo simples, num bolo especial! E note-se que não foi necessário uma porção pecaminosa de ovos, isto de usar as claras na massa, e as gemas no creme, é mesmo perfeito! 
E com esta fatia, lá concretizei o meu sonho nocturno...ainda bem que pelo menos, este tipo de sonhos, é fácil de realizar!



9.10.13

Merendeira de maçã e canela

As maçãs figuram entre as minhas frutas preferidas. E para minha felicidade, nas últimas visitas à aldeia ao fim de semana, temos vindo carregados delas, graças à generosidade de pais e tios.
Como no resto do ano, tenho que comprá-la, e diga-se que a maçã biológica não é propriamente barata, ando a aproveitar esta abundância para usá-la em diversas receitas novas, como esta merendeira que me piscou o olho desde que a vi na revista do Pingo Doce à uns meses.
Fiz-la à noite, para servir ao pequeno-almoço no dia seguinte. Claro que eu e o meu marido, os suspeitos do costume, não resistimos a comer um bocado, mal saiu do forno. Ao contrário de outros pães, este soube-me melhor frio, no dia seguinte, por isso é uma boa opção para levar por exemplo, a um picnic. Fica muito fofinho e mantém-se assim pelo menos, por 2 dias, que foi o quanto ele durou por aqui.



Merendeira de maçã e canela
adaptado da revista Sabe Bem Nº 13

2,5 dl de leite 
3 colheres de sopa de açúcar (45g) 
1 colher de chá de sal
400g de farinha de trigo 
1 cubo de fermento de padeiro fresco (25g)
1 colher de sopa de canela em pó
1 colher de sobremesa de sementes de erva-doce (não usei)

Recheio:
maçãs q.b. (usei 6 pequenas)
1,5 colher de sopa de açúcar mascavado (20g)
1 colher de sopa de canela em pó
50g de marmelada (não usei)

Polvilhar:
1 colher de sopa de sementes de linhaça
1 colher de sopa de açúcar em pó (não usei)

Bimby:
Colocar o leite, o açúcar e o sal no copo: 1,30min + 37ºC + vel 1.
Adicionar metade da farinha, misturada com a canela e as sementes de erva-doce ao copo. Na restante farinha, desfazer com as pontas dos dedos o cubo de fermento, e adicionar tudo ao copo: 10 seg + vel 6.
Em seguida, amassar: 2 min + vel espiga. 
Retirar a massa para um recipiente untado com azeite, tapar com película aderente e um pano, e deixar levedar por 1 hora, num local quente, como por exemplo, dentro do micro-ondas.

Máquina do pão:
Colocar os 3 primeiros ingredientes pela ordem indica. Adicionar metade da farinha, misturada com a canela e as sementes de erva-doce ao copo. Na restante farinha, desfazer com as pontas dos dedos o cubo de fermento. Fazer o programa que amassa e leveda.

Á mão:
Dissolva o fermento de padeiro com o açúcar no leite morno. 
Juntar a farinha, as sementes de erva-doce, a canela e o sal e fazer um buraco ao meio. 
Adicionar o fermento dissolvido à mistura da farinha e amassar até conseguir formar uma bola. Pode usar, uma batedeira com os ganchos de massa para amassar.
Colocar a massa num recipiente untado com azeite, tapar com película aderente e um pano, e deixar levedar por 1 hora, num local quente, como por exemplo, dentro do micro-ondas.

Descascar as maçãs, retirar os caroços e cortá-as aos pedaços pequenos ou fatias finas. Juntar o açúcar mascavado e a canela e polvilhar as maçãs com essa mistura. 

Estender a massa levedada sobre uma bancada, e com a ajuda de um rolo, esticar até obter um rectângulo. Colocar o rectângulo, num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal.

Distribuir as maçãs, e a marmelada aos pedaços, pelo centro do rectângulo, virar um dos lados livres da massa sobre metade do recheio, cobrir com o outro lado da massa, como se fosse um envelope. Pincelar a superfície da massa com um pouco de leite (eu pincelei com o líquido que sobrou de macerar as maçãs em açúcar e canela), polvilhar com as sementes de linhaça e, caso queira, com o açúcar em pó. 
Abrir pequenos orifícios na superfície da massa, no sentido do comprimento, como se fosse uma linha tracejada, com a ponta de uma faca, e levar a forno pré-aquecido a 180ºC cerca de 30 minutos.




Bem, parece-me que vou ali comer uma maçã...esta imagem fez-me fome!

4.10.13

Semana vegetariana

De 1 a 7 de Outubro acontece a Semana Vegetariana. Não podia deixar de assinalar este acontecimento com o registo de uma receita alusiva ao tema, principalmente porque o nosso objectivo familiar, traçado no início do ano, de fazer-se 2 refeições vegetarianas semanais, tem-se cumprido rigorosamente. Se bem que nem todas as refeições têm feito sucesso junto dos mais pequenos, em relação à minha expectativa inicial a experiência está a correr melhor do que eu esperava!

E hoje trago almôndegas de seitan, uma das preferidas cá de casa. Desde que começamos a fazer refeições vegetarianas, as almôndegas têm reinado cá por casa, sendo sempre muito apreciadas. 

São umas bolinhas muito versáteis, pois dá para fazer almôndegas de quase tudo o que é legume e/ou leguminosa, e como os ingredientes são apresentados de um modo disfarçado, a criançada não estranha tanto! Para mais, servidas com um molho, é sempre uma óptima opção para acompanhar massa esparguete, única massa apreciada, de um modo consensual, por todos os residentes.

O molho é também uma óptima maneira de fazer os pequenos comerem alimentos, que de outro modo recusariam com uma cara feia. Neste caso, acompanhei com um molho muito saboroso e de cor forte, em tons de vermelho, graças à beterraba!  E assim, tenho 2 em 1, os meus filhos a comerem ingredientes que lhes faz muito bem à saúde, e paz à refeição, sem as birras do género "O que é isto? eu não como nada disto!". 



Almôndegas de seitan com molho de tomate e beterraba
adaptada do site nosoupforyou

Almôndegas:
500g de seitan
4 dentes de alho
40g de amêndoas
1/2 colher de chá de oregãos
1 colher de sopa de molho de soja
1 colher de sopa de salsa picada 
2 ovos
1/4 chávena de sementes de linhaça moída
1/4 chávena de levedura de cerveja em flocos
sal e pimenta q.b.
pão ralado para envolver q.b.

Molho:
1 cebola
3 dentes de alhos
1 colher de sopa de azeite
1 cenoura
1 beterraba cozida
2 tomates médios maduros (cerca de 260 gr.)
50ml de vinho branco
200ml de água
1 colher de café de mistura de oregãos e tomate seco
1 colher de café de manjericão seco
Sal e pimenta q.b.

Bimby:
Colocar as amêndoas e os alhos no copo: 5seg + vel. 5-7.
Juntar o seitan aos pedaços grandes, a linhaça, a levedura, a salsa e os oregãos: 10seg + vel 7.
Misturar o molho de soja, os ovos e temperar com sal e pimenta a gosto: 15 seg + vel 3.
Moldar as almôndegas e envolvê-las em pão ralado. Se for necessário, adicionar mais linhaça moída para tornar a consistência mais moldável.
Colocar as almôndegas na varoma e reservar enquanto se começa a preparar o molho.
Colocar no copo da bimby, a cebola, os alhos, a cenoura e o azeite: 8 seg + vel 5-7 e depois 7 min + 100º+ vel 1.
Juntar a beterraba, os tomates, o vinho, a água e os temperos: 20 seg + vel 7.
Colocar a varoma sobre a tampa: 20 min + temp varoma + vel 3.

Tradicional: 
Com uma picadora, triturar os alhos e as amêndoas.
Juntar o seitan, picar de novo e retirar para uma taça.
Adicionar à taça a linhaça, a levedura, a salsa picada, os ovos, os oregãos, o molho de soja e temperar com o sal e pimenta. Misturar tudo.
Moldar as amôndegas e envolvê-las em pão ralado. Se for necessário, adicionar mais linhaça moída para tornar a consistência mais moldável.
Para o molho, picar a cebola e os alhos. Refogar em azeite até a cebola ficar translúcida. Juntar a cenoura picada e os tomates aos quartos e refogar em lume brando durante 10 minutos. 
Juntar a água, o vinho, a beterraba cortada aos pedacinhos e temperar. 
Triturar tudo com a varinha mágica. Deixar cozinhar em lume médio até começar a fervilhar, baixar para lume brando e deixar apurar cerca de 20 minutos.
Pode cozinhar as almôndegas no molho, nos últimos 15 minutos enquanto o molho apura, ou levá-las ao forno a 190ºC num tabuleiro forrado com papel vegetal, ou  ainda, cozinha-las numa frigideira anti-aderente untada com azeite.

Servir com massa esparguete cozida e com molho a gosto.

Esta quantidade rende cerca de 30 bolinhas. Eu faço esta quantidade, para 2 refeições, e a quantidade de molho é mais do que o suficiente para ambas.
Cozinho metade da quantidade no forno, e a outra metade a vapor na bimby. Sirvo na hora as cozinhadas no forno, e quanto às cozinhadas a vapor, congelo juntamente com o restante molho para outra refeição.

Almôndegas na bimby

As texturas e até o sabor das almôndegas diferem muito se forem cozinhadas a vapor ou no forno. Cá por casa gostamos de ambas. O molho é fantástico, mesmo para usarem noutros pratos. 

Almôndegas no forno








2.10.13

Uma espécie de crepes

A primeira vez que experimentei um crepe, foi a minha madrinha que me deu a provar. Ela sempre foi e ainda é uma boa cozinheira, e enquanto foi vizinha dos meus pais na minha infância, pode-se dizer que foi a responsável, pela minha primeira vez, em imensas coisas relacionadas com comida! 
Claro que toda a família gostou imenso dos crepes, pelo que a minha madrinha escreveu a receita num papelinho para que nós pudéssemos reproduzi-los em casa. A minha mãe e a minha tia, cozinheiras habituais lá de casa, sempre foram avessas a fazer experiências culinárias, pelo que foi o meu irmão mais velho, o cozinheiro de serviço na tentativa de fazer crepes (acho que ele já estava farto de me ouvir a pedir crepes!). Os primeiros 3, 4 crepes que ele tentou fazer, não se aproximaram muito do aspecto que um crepe deveria ter, mas assim que ele lhe apanhou o jeito, foi giro de se ver! As manobras de lançar o crepe no ar para virá-lo, arrancavam-me gargalhadas quando falhavam, ou júbilo e admiração quando aterravam perfeitamente na frigideira. Sim, o meu irmão aperfeiçoou muito bem a sua técnica, quase parecia um profissional! Durante uns tempos, fizeram-se e comeram-se bastantes crepes na minha família, até que a moda do crepe passou, a minha madrinha mudou-se para a cidade, o papelinho da receita desapareceu, e assim passaram-se anos, sem os crepes fazerem novamente uma presença lá por casa!
Quando estava numa fase adiantada da adolescência, e na posse há já alguns anos do meu único, na altura, e fiel livro de cozinha, "O Tesouro das Cozinheiras" de Mirene, e com o qual tinha vivenciado uma série inesquecível de aventuras e desventuras culinárias, (muitas em parceria com a minha prima Isa), deparei-me com uma receita com o título de panquecas, cuja confecção me fazia lembrar os crepes, e que até então nunca tinha reparado. Isto de reler livros de culinária, e encontrar sempre algo novo, ainda me acontece hoje em dia!
Claro que fui experimentar. O início, não foi bom! A minha mãe até pôs-se a dizer que as galinhas iam ficar regaladas com a comida nova, pois cada tentativa de crepe ia parar ao lixo! Quando estava a iniciar a minha fase de desespero e frustação, (fase em que aconselho que ninguém fale comigo!) resolvi acrescentar mais leite à mistura, pois achava-a um bocado densa, o que dificultava a parte de espalhá-la rapidamente pela frigideira. Depois desse passo mais que acertado, finalmente consegui cozinhar o meu primeiro crepe, e mais se seguiram, até ficar com uma pilha interessante deles. Num instante desapareceram, e não, não foi no estômago das galinhas!
Desde então, e apesar de hoje em dia eu ter a perfeita noção da diferença em termos culinários entre crepes e panquecas, essa receita foi e continua a ser a minha escolhida sempre que quero tenho vontade de fazer crepes! É um tanto estranha, esta minha teimosia, em não experimentar a "verdadeira" massa de crepes, tanto mais, que eu adoro experimentar variações das receitas. 
Mas talvez, seja precisamente as memórias adjacentes a esta receita, que no momento de "colocar as mãos na massa", me faça invariavelmente voltar a ela. Foi o que aconteceu neste fim de semana, com o forno da casa dos meus pais avariado, tive o pretexto (como se eu precisasse de muitos pretextos!) para me perder nas memórias que estes crepes me trazem e partilhá-los, os crepes e as memórias, com a minha sobrinha, descendente do meu irmão mais velho, primeiro cozinheiro de crepes da família, e que foi a ajudante desta cozinheira, na confecção dos mesmos. E assim de um modo natural, surge mais uma memória especial inerente a esta espécie de crepes!


E é com esta receita, que me desperta imensas memórias, que participo no desafio que a Maria lançou no seu blog Limited Edition e que podem ver em pormenor aqui.

Panquecas Para mim e para sempre, os meus crepes
adaptado do livro "O Tesouro das cozinheiras" de Mirene 

200g de farinha 
2 colheres de chá rasas de fermento
1/2 colher de chá de sal
2 ovos
2 chávenas de leite
30g de manteiga amolecida

Bater as claras em castelo.
Juntar a farinha com o fermento e o sal.
Adicionar aos poucos, o leite, as gemas e a manteiga, batendo sempre. Por fim, juntar as claras em castelo, misturando tudo bem. Esta massa não precisa de descansar.
Aquecer uma frigideira, de preferência anti-aderente, e untada com óleo ou manteiga. Deixar aquecer bem.
Com o auxílio de uma colher sopeira, deitar a massa na frigideira, e rodar rapidamente a mesma, de modo a que a massa alastre preenchendo o fundo todo. 
Logo que tome cor, e as pontas começarem a levantar, voltar o crepe até ficar dourado de ambos os lados.
Rechear a gosto, e servi-las enroladas ou dobradas em triângulos.


Aqui por casa, foram ao gosto do freguês, algumas foram recheadas com doce de morango, outras com açúcar e canela, outras com chocolate.


Se não quiserem derreter grandes quantidades de chocolate, podem optar pela versão rápida. Colocar o crepe aberto, coberto com raspas de chocolate, durante uns 20 segundos no micro-ondas, enrolar e saborear!